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24/11/2020

Série histórica 22 | Gil

GIL
[2019]

coreografia: Rodrigo Pederneiras
música: Gilberto Gil
cenografia: Paulo Pederneiras
figurino: Freusa Zechmeister
iluminação: Paulo Pederneiras e Gabriel Pederneiras

O fundo infinito de amarelo vivo se estende do alto até a beira do palco, como um tapete. Ali, a música luminosa, plural, universal e tão brasileira de Gilberto Gil se traduz na coreografia que leva o nome do compositor, GIL. A convite do diretor artístico Paulo Pederneiras, Gil criou uma trilha que vai dos elementos afro-baianos à abordagem camerística, com a intervenção de trechos retrabalhados das canções conhecidas, como Tempo Rei, Andar com Fé e Aquele Abraço.

A fagulha inicial para erguer a coreografia veio do candomblé. Rodrigo Pederneiras buscou o gesto que sinaliza na dança ritual a presença de Xangô, orixá de quem Gil é filho dileto – uma das mãos do bailarino bate no peito e a outra, nas costas. Os duos, trios e conjuntos que se alinham e desarmam, nos uníssonos e contrapontos gestuais são pontuados pelo mesmo gesto, reinterpretado.

A iluminação, por assim dizer, também baila. Paulo e Gabriel Pederneiras buscaram o recurso das moving lights, equipamento muito usado em shows musicais. Os figurinos criados por Freusa Zechmeister – malhas inteiriças – têm base negra onde estão aplicados recortes multicoloridos extraídos da criação da artista plástica pernambucana Joana Lira. São flores, listras, triângulos, grafismos, uma celebração do Brasil, da África, da alegria.

Tecnologia por André Lug